A lucidez e o bom senso do Presidente da República e a sua proverbial capacidade de negociação, o faz abandonar sua atuação como sindicalista, neste caso, para agir, como Comandante Supremo das Forças Armadas, devolvendo o controle do espaço aéreo à Força Aérea Brasileira, de onde nunca deveria ter saído.
O adiamento do processo de desmilitarização do controle de aeronaves civis constitui uma vitória parcial da tese que vimos defendendo, em nossos blogs, desde 06 de dezembro do ano passado, mas continuaremos a insistir na permanência definitiva desse setor no âmbito da FAB, por imposição da filosofia sistêmica e por interesse da defesa global do país, particularmete da Amazônia, objeto da cobiça internacional.
À FAB é atribuída a missão de defender o espaço aéreo do país, aspecto indispensável para assegurar a defesa global do nosso território, motivo porque não se deve abrir mão da total militarização do setor, sob pena tornar vulnerável o defesa do país inteiro.
Os imperativos da segurança nacional devem prevalecer sobre o voluntarismo e irresponsabilidade dos supostos controladores de vôo, cuja liderança se vê e se ouve, através da TV, manifestando, em tom de auto-suficiência, imposição e arrogância.
Estes “profissionais” conseguiram descontrolar o país inteiro, arranhar a disciplina militar, manter como refém o próprio governo, as empresas aéreas, os usuários do setor, chegando ao cúmulo de desconhecer a autoridade do Ministério da Defesa e de obrigar o Ministro do Planejamento a negociar com a “faca no pescoço”.
Em nome de uma filosofia de integração e de organização sistêmica do serviço público federal, expressa através da unificação de setores afins, o controle de vôo de aeronaves civis não pode ser desintegrado do subsistema de defesa do espaço aéreo, sob pena de desarticular o sistema nacional de defesa do país, do qual faz parte, sob pena de manietar sua operacionalização.
Este processo de unificação de setores afins, em curso desde longa data e foi incrementado pelo governo atual, como temos demonstrado em nossas postagens, destoando desta orientação a estapafúrdia decisão de deslocar o controle de vôo de aeronaves civis do âmbito do Ministério da Defesa, bifurcando uma mesma atividade, com superposição de papéis.
Apesar de o governo ter voltado atrás, ao interromper o processo açodado de desmilitarização do setor, unicamente para atender descabida exigência dos controladores de vôo, continua necessária e imprescindível a instauração da CPI do Apagão Aéreo.
Esta CPI se constituirá em uma instância de debate da questão, onde, através do contraditório, certamente, se chegará ao consenso de que a permanência do controle de vôo de aeronaves civis no âmbito da Aeronáutica, constitui é um imperativo da defesa global do espaço aéreo brasileiro, pois constitui um fator de agilização de suas operações, ao articular informações e ações em tempo .
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A repercussão sistêmica, na imprensa brasileira, do crise provocada pelos controladores de vôo, está contida num resumo da Sinopse da Agencia Brasil - Radiobás, como se vê, a seguir:
SINÓPSE DA RADIOBRÁS
04/04/2007
JORNAL DO BRASIL
- Comando da Aeronáutica cobra respeito à hierarquia
- Pronunciamento do comandante da Aeronáutica, Juniti Saito, em solenidade fechada, indica que ainda não está superada a irritação dos militares com a atitude do presidente Lula de negociar com os controladores de vôo amotinados: "Não há espaço para tergiversar sobre os princípios da hierarquia e da disciplina", disse o comandante. Um pouco depois, em cerimônia no Palácio do Planalto, diante dos comandantes militares, Lula prometeu mais recursos para as Forças Armadas.
FOLHA DE SÃO PAULO
- Governo só negocia depois da Páscoa
- O governo decidiu só retomar as negociações com os controladores de vôo se o tráfego aéreo for normalizado no feriado da Páscoa. 'Vamos negociar, mas não podemos fazer isso com a faca no pescoço', disse o ministro Paulo Bernardo (Planejamento) após reunião com líderes dos controladores.
- Paralelamente à negociação com o governo, os controladores do Cindacta-1 classificaram o endurecimento do presidente Lula como "traição" e chegaram a articular um novo motim, que foi impedido por intervenção direta da Aeronáutica. Não haverá paralisação na Páscoa, afirmam, contanto que não ocorram punições.
- Elio Gaspari: Anistia poderia ser um remédio - EVITANDO ENFRENTAR com as leis militares a insubordinação dos sargentos da FAB que operam o sistema de controle de vôos do país, Nosso Guia amarelou em pelo menos duas ocasiões. A primeira, em novembro, quando a FAB recuou da decisão de aquartelar os militares. Semanas depois, havia brigadeiros negociando com sargentos. Era o início da pane hierárquica. A segunda, na última sexta-feira, quando mandou o ministro do Planejamento para uma reunião sindical com amotinados que haviam posado para fotografias, refestelados e coloridos. Pior: desautorizou o comandante da Aeronáutica, que determinara a prisão dos insubordinados.
O ESTADO DE SÃO PAULO
- Lula atende comandantes e enquadra controladores
- Depois de ter sido pressionado pelos comandantes militares, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva resolveu endurecer o tratamento dispensado aos sargentos que trabalham no controle do tráfego e passou a considerar sem validade o acordo firmado na semana passada, quando o governo se comprometeu a melhorar os salários da categoria e a rever punições disciplinares. Foi abandonada também a idéia de promover o quanto antes a desmilitarização do setor. O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, que se reuniu com controladores, disse que as conversas só vão avançar se o clima for de tranqüilidade, "sem faca no pescoço". Após o encontro, líderes da categoria admitiram que agora estão sem força para promover novas paralisações. Durante solenidade no Estado-Maior da Aeronáutica, o comandante da Força, brigadeiro Juniti Saito, defendeu os "princípios basilares da hierarquia e disciplina". A cúpula da FAB já tem um plano de emergência: em caso de greve, pretende remanejar para as torres de controle militares hoje envolvidos em operações de defesa área.
- Notas e Informações - Se os controladores voltarão a azucrinar milhões de passageiros, só o tempo dirá। Por agora, o que se espera é que o presidente Lula não brinque mais com fogo.
- Mesmo com a promessa dos controladores de vôo de um feriado tranqüilo, as companhias aéreas vão providenciar aviões extras e reforço nas equipes nos aeroportos para ao menos amenizar o impacto de possíveis problemas durante a Páscoa. O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) intensifica a partir de hoje o apoio aos passageiros prejudicados pela crise.
O GLOBO
- FAB retoma controle e monta plano especial para o feriado
- Em lugar da medida provisória com a "solução definitiva" para o caos nos aeroportos, como prometera no domingo o presidente Lula, o governo decidiu ontem devolver o comando do controle aéreo para a Aeronáutica e desistiu da desmilitarização imediata do setor. Preocupado em restabelecer o prestígio do comandante da Aeronáutica, Juniti Saito, e recompor a hierarquia militar quebrada durante o motim dos controladores na sexta-feira, Lula deu ontem à FAB a responsabilidade de montar um plano de emergência para evitar novas paralisações, inclusive no feriado da Páscoa. Dezoito controladores podem ser presos e expulsos. (págs. 1, 23 a 29, Elio Gaspari, Tereza Cruvinel, Merval Pereira, Miriam Leitão e editorial "Recuo e punição")
- O presidente da Federação Internacional de Associações de Controladores Aéreos (IFATCA, em inglês), Marc Baumgartner, alerta que a desmilitarização do controle aéreo brasileiro deve demorar pelo menos 7 anos.
GAZETA MERCANTIL
- Após ceder às pressões dos controladores de vôo, o governo mudou ontem o discurso। O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, disse, após reunião com a categoria, que o governo não aceita negociar "com a faca no pescoço".
Em solenidade militar, o comandante da Aeronáutica, Juniti Saito, cobrou obediência à hierarquia, mas disse estar superada a crise com os controladores. No Palácio do Planalto, o presidente Lula se esforçou para contornar a insatisfação de altas patentes, prometendo mais verbas às três Forças.
CORREIO BRAZILIENSE
- Aeronáutica se impõe, controladores cedem
- Na sexta-feira, Lula capitulou diante das exigências dos controladores de vôo que haviam paralisado todos os aeroportos do país. Ontem, diante dos representantes da categoria, o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, mudou o tom do discurso. Anunciou que estava suspenso o acordo pelo qual o governo editaria medida concedendo gratificação e dando início à desmilitarização do controle do tráfego aéreo. Disse que o diálogo com os sindicalistas só será retomado quando houver a normalização dos vôos e sob o comando dos militares. E mais: afirmou que as negociações foram assumidas pela Aeronáutica. Surpresos, os controladores cederam, prometendo não cruzar os braços pelo menos durante o feriadão da Semana Santa. "O governo não negocia com a faca no pescoço", disse Lula, que ser reuniu com o ministro da Defesa e os comandantes da Aeronáutica, Exército e Marinha, para assegurar que a hierarquia militar não será desrespeitada.
VALOR ECONÔMICO
- Desmilitarização é adiada e governo endurece com controladores de vôo.
- Paulo Rabello de Castro: caos aéreo é responsabilidade direta de Brasília.
ESTADO DE MINAS
- Lula quer prisão de controlador grevista
- O presidente Lula mudou radicalmente de postura em relação aos controladores de vôo que entraram em greve, paralisando os aeroportos comerciais brasileiros sexta-feira, e defendeu ontem que os que promoveram o motim sejam presos e indiciados em inquéritos policiais militares. Com isso, jogou por terra o acordo fechado pelo ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, com os controladores. Bernardo também voltou atrás e, depois de reunião com os operadores negou anistia aos grevistas aumentando o clima de tensão na categoria. Lula ainda tirou o gerenciamento da crise das mãos do ministro da Defesa, Waldir Pires, cada vez mais desgastado, e entregou ao comandante da Aeronáutica, brigadeiro Juniti Saito. As empresas aéreas prometeram, esquemas especiais durante a semana santa. Em dia relativamente tranqüilo nos aeroportos, uma ventania destelhou quatro hangares em Congonhas, em São Paulo, paralisando as atividades por 40 minutos.
OUTROS JORNAIS
JORNAL DO COMMERCIO (PE)
- Aeronáutica retoma o controle da tropa
- Lula desautorizou o acordo com os controladores de vôo. Negociações passam para a Aeronáutica, que enquadrou grevistas na hierarquia da tropa e mobilizou, para o caso de paralisação, militares com formação em tráfego aéreo que atuam em outros setores.
Extraído do Resumo de Notícias da Radiobras: http://clipping.radiobras.gov.br/novo/
Para ler outras postagens referentes ao Apagão Aéreo,
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