Thursday, October 4, 2007

Jobim diz que ameaça de novo acidente aéreo é jogo político

04/10/2007 - 12h11

LORENNA RODRIGUES
da Folha Online, em Brasília

O ministro da Defesa, Nelson Jobim, criticou nesta quinta-feira as declarações feitas pelo presidente da Federação Internacional de Controladores de Tráfego Aéreo (Ifatca), Marc Baumgartner, que disse que "é uma questão de tempo para que um novo acidente aéreo volte a acontecer no Brasil". Em entrevista a 11 emissoras de rádio, Jobim disse que a declaração não tem isenção e faz parte do "jogo político de apoio aos controladores".

"Esse tipo de manifestação tem um objetivo político de criar um ambiente para resolver questões salariais. A situação técnica dos Cindactas está correta. Os interesses são outros" declarou.

Em reportagem publicada hoje pela BBC Brasil, Baumgartner afirmou que a Aeronáutica "investiu muita energia para prender e perseguir os seus próprios funcionários", mas que não corrigiu falhas no sistema aéreo.

O ministro informou ainda que fará uma auditoria completa no sistema de controle do espaço aéreo. Em relação ao relatório da CPI do Apagão Aéreo da Câmara dos Deputados, aprovado ontem (3), Jobim disse que a comissão não pediu o indiciamento de diretores da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) por questões políticas.

"Uma coisa são as decisões políticas da CPI outras as administrativas. Cabe a mim resolver problemas do futuro. Essas questões de responsabilidade não são funções da CPI, ela pode sugerir ao Ministério Público (o indiciamento) mas não tem condição de condenar ninguém", afirmou.

Jobim negou ainda que seja candidato à Presidência da República. Ele informou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deverá anunciar uma espécie de PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) para as Forças Armadas, que será elaborado em um ano. O programa deverá contribuir para a autonomia tecnológica do país e estimular a criação de uma indústria de defesa.

Congonhas

Jobim disse que será criado um grupo de trabalho para aumentar a demanda de passageiros no aeroporto Tom Jobim, no Rio de Janeiro, como parte da diminuição de vôos em Congonhas. O ministro afirmou que isso será feito diminuindo as taxas aeroportuárias do Tom Jobim para estimular a venda de passagens nesse aeroporto. Ele admitiu, porém, que a readequação da malha aérea brasileira poderá fazer com que os preços das passagens subam.

" Você aumentará necessariamente os custos (das empresas aéreas) e isso repercute nos preços", disse.

O ministro disse que a malha deverá ser ajustada até o fim de novembro para garantir que o período de férias seja tranqüilo.

Fonte: Folha Uol

http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u333839.shtml

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